segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Não me lembro mais qual foi nosso começo .
Sei que não começamos pelo começo . Já era amor antes de ser .
Daqui há 50 anos,


Eu ainda vou saber seu nome e vou me lembrar de todas as vezes que você me fez sorrir .
No fundo, mesmo lendo tanto, pensando tanto e filosofando tanto, a gente gosta mesmo é de quem é simples e feliz . A gente não se apaixona por quem vive reclamando e amassando jornais contra a parede . A gente se apaixona por esses tipinhos banais que vivem rindo . E a gente se pergunta : que é que ele tem que brilha tanto ? Que é que ele tem que quando chega ofusca todo o resto ?
Você me pergunta se eu não tenho coração.

Eu tenho . Tenho um coração sem ódio e com amor . 
Se você não consegue ouvi-lo é porque não faz ele bater .
As pessoas querem te ver bem,

Mas nunca melhor que elas .

Falar pelos cotovelos, meter os pés pelas mãos .  Em mim, a anatomia não faz o menor sentido . 
Sou do tipo que lê um toque, que observa com o coração e caminha com os pés da imaginação . 
Multiplico meus cinco sentidos por milhares e me proponho a descobrir todos os dias novas formas de sentir .  Quero o cheiro da felicidade, o gosto da saudade, o olhar do novo, a voz da razão e o toque da ternura .  Luto contra o óbvio, porque sei que dentro de mim há um infinito de possibilidades e embora sentimentos ruins também transitem por aqui, sei que devo conduzi-los com a força do pensamento até a porta de saída. 
Decidi não delegar função para cada coisa que eu quero .  Nem definir o lugar adequado para tudo de bom que eu sinto.  Nossos sentimentos são seres vivos e decidem sem nos consultar .  A prova de que na vida, rótulos são dispensáveis e sentimentos inclassificáveis .